(para Lucas Bronzatto)
mais
um verão se apaga
na
iminência de um outono
negro
sombras
de retrocesso
se
confundem
em
danças organizadas
disfarçadas
marcadas
em
celebração
outono
negro
já
li nos livros
vi
meu pai chorando
certa
noite incrédula
vi
medo
vi
paredes em ruínas
pichadas
no
país de sabores e cores
aguardo
redesenhando
minha esperança
no
desfecho
das
questões de polos
polos
desejosos por grana
polos
desejosos por sol
que
posso diante de exceções
de
poderes distintos
instituídos
que
salvaguardam
direitos
podres?
no
inverno do meu ser
não
forçarei meu grito
ele
é acanhado, é fraco
jazo
perplexo na apatia
mas
faço destes versos
rebeldia
que
a força dos meus versos
nos
inquietos caminhos
que
transito
possam
se transformar
num
grito
que
uma nova
primavera
de
Praga
renasça
que
se redesenhem
rumos
planos
caminhos
que
o verão resista
insista!