quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

O PULO

Procrastinar, que é transferir para outro dia aquilo que poderia ser feito hoje, parece ser uma ação de fuga usada por várias pessoas, que não perceberam, ou não se deram conta de que a vida pode parar neste exato momento.

Alexander Lowen em seu livro: “Medo da vida” argumenta que essas pessoas são aquelas que têm medo da morte. Isso é muito real para muitas pessoas, contudo, de nada adianta o medo, quando sabemos que um dia isso irá acontecer inevitavelmente.           

As pessoas que já incorporaram essa ideia vivem melhores do que aquelas que ainda não aceitaram as regras do jogo da existência.

Adiar decisões, por medo do que será de si, é o mesmo que viver morrendo todos os dias.

Maria Moura, personagem principal do Romance: “Memorial de Maria Moura” de Rachel de Queiroz, diz uma frase que alivia as pessoas que resolveram decidir por um novo caminho: “Vou lá de qualquer jeito. Se tiver que morrer... Morro e pronto. Mas se eu não for, morrerei muito mais”.

Assim, todo indivíduo que decide fazer algo para si, ou seja, decide tomar uma decisão difícil, sabe também que em toda escolha está implícito a ideia da morte, pois quando se assume esta decisão verdadeiramente, algo morre dentro da pessoa, algo se perde nunca só se ganha.

Adiar decisões, por medo do que será de si, é o mesmo que ser refém de algo que não controlamos de forma absoluta, se é que podemos ter o controle absoluto de algo em nossas vidas.


Santo André – 02 de agosto de 2013 – Inverno – 17h30min